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O alargamento da economia circular aos agentes económicos em geral contribuirá de forma decisiva para que se acelere o alcance da neutralidade climática até 2050 e para dissociar o crescimento económico da utilização dos recursos, garantindo igualmente a competitividade da UE a longo prazo, sem deixar ninguém para trás. Estas são algumas das premissas do Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), o qual, através da estratégia do “Prado ao Prato”, visa acelerar a transição para sistemas alimentares mais sustentáveis.

A economia circular vem ao encontro destas premissas, impulsionando a competitividade da UE ao ajudar a proteger as empresas contra a escassez dos recursos e a volatilidade dos preços, contribuindo para criar oportunidades empresariais e formas inovadoras e mais eficientes de produzir e consumir. O setor da produção de insetos, e particularmente a produção de derivados de insetos para a alimentação animal, vem dar uma resposta a estes desafios de forma interessante e integrada. A utilização de derivados de insetos em alimentação animal será uma oportunidade de reduzir a pressão sobre os sistemas de produção de matérias-primas para a alimentação animal, principalmente de fontes de proteína, e de reduzir de forma significativa a competição “Food vs Feed”, alavancando um novo setor, inovador e com grandes potencialidades.

As recentes situações vivenciadas, primeiro a pandemia de Covid e depois a invasão da Ucrânia pela Rússia, evidenciaram, por um lado, a importância da indústria de produção de bens alimentares e, por outro, a fragilidade do setor, dada a sua enorme dependência de matérias-primas provenientes do exterior. Soluções que possam garantir aos setores alimentares (alimentação humana e animal) um maior grau de autossuficiência são urgentes, e o setor da produção de insetos poderá contribuir para a resposta a este desafio.

A Agenda Mobilizadora Insectera e, em particular, o eixo InFeed, trabalharão durante três anos no sentido de potenciar estas oportunidades e permitir que as matérias-primas derivadas de insetos possam vir a ser uma alternativa a matérias-primas tradicionais, diminuindo a dependência do exterior. Os parceiros do eixo InFeed (líder FeedInov CoLAB, B2E, CIIMAR, DGAV, Egas Moniz, IACA, INIAV, IPBeja, PetMaxi, Rações Zêzere e Sorgal) têm como objetivo desenvolver novas fórmulas alimentares e novos alimentos para peixes (dourada e robalo), frangos de carne, galinhas poedeiras, suínos e cães. Novas tecnologias de análise rápida das matérias-primas derivadas de insetos serão trabalhadas para aplicar a este setor, assim como será avaliado o potencial de utilização de compostos bioativos derivados dos insetos para a alimentação animal. É uma equipa multidisciplinar motivada para dar respostas ao setor. Em conjunto, pretende-se desenvolver novas ferramentas que permitirão responder aos desafios propostos.